3. Barroco brasileiro



As expressões do Barroco na arquitetura, encontradas em Salvador.


Sumário

 No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de disseminação do cristianismo católico no interior da colônia. Não por acaso – visando aperfeiçoar suas ações missionárias –, os jesuítas trouxeram da Europa as influências estéticas de cunho fortemente religioso que marcaram o estilo barroco. Na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país.

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 De forma geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro cozido e madeira policromada ou dourada. Além disso, existiu uma visível preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar atenção dos apreciadores. O barroco tentou exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a sofisticação da arte renascentista.

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 O aparecimento desses artistas no ambiente colonial indicava um período de relativa prosperidade material nas cidades e vilas que se enriqueciam graças aos recursos trazidos pela exploração do ouro, a partir do século XVIII. Em muitos casos, essa nova situação fazia com que mulatos e outras figuras marginalizadas do mundo colonial alcançassem prestígio ou um interessante meio de sustentação.

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 Dessa maneira, podemos ver interessantes situações históricas por meio do desenvolvimento de tal arte no Brasil. Uma das mais intrigantes se remete à formação de um mercado consumidor dessa arte de caráter fortemente religioso. As irmandades, igrejas e particulares eram os principais consumidores das construções arquitetônicas e imagens barrocas. Atualmente, o barroco possui grande valor histórico e estético e tem a maioria de suas obras concentradas em regiões do interior mineiro e no Nordeste.



Igreja de São Francisco de Assis




Os franciscanos foram os primeiros missionários do Brasil. Realizaram as primeiras missas em Porto Seguro, onde foi construída a Igreja de São Francisco de Assis do Outeiro da Glória, em 1503, a primeira igreja do Brasil. O primitivo povoado de Porto Seguro, o primeiro do Brasil com a participação de europeus, contava com dois padres franciscanos e foi massacrado pelos índios em 1505.
O convento atual foi construído a partir de 1686. Em 1708, começou a construção da igreja atual, em estilo barroco, concluída 40 anos depois. 




Interior da Igreja

O interior da Igreja é de uma beleza rara, todo em uma deslumbrante talha dourada e imagens policromadas de mestres santeiros baianos, obras primas da arte sacra. Tem bastante jacarandá esculpido e duas pias de pedra, doadas por D. João V, rei de Portugal. Também de grande beleza são os púlpitos e o teto, com várias pinturas sacras. Os grandes painéis de azulejos são do século 18 e retratam passagens bíblicas.
Ainda de grande valor artístico, são as imagens de São Pedro de Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco de Assis no altar-mor. No lado esquerdo, destacam-se as imagens de N. S. da Conceição, N. S. da Glória, N. S. da Piedade, N. S. de Santana, Santa Luzia e São Domingos.


Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

A atual Igreja da Ordem Terceira de São Francisco teve sua construção iniciada em 1702.  Sua fachada é esculpida em pedra arenito, a única do tipo no Brasil.
O templo abriga preciosas obras de arte sacra, como a escultura do Senhor morto, de autoria de Francisco das Chagas Xavier, na qual gotas de sangue são representadas por rubis.
A decoração original, em talha barroca, foi substituída pela neoclássica entre 1827 e 1828.
Foi cotada para ser uma das sete maravilhas do Brasil, e foi apreciada por diversos historiadores nacionais e internacionais.


Catedral Basílica Primacial de São Salvador da Bahia

A Catedral Basílica Primacial de São Salvador da Bahia é o grandioso templo construído pelos jesuítas no Brasil. Foi a primeira do país, fundada em 1552.
Nos nichos sobre as portas estão as imagens de três santos jesuítas: Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e S. Francisco de Borja.
    A Catedral atual era a antiga Igreja do Collegio da Bahia, como esse templo era mais conhecido até a expulsão dos jesuítas, em 1759. O templo foi confiscado pela Coroa e ficou desocupado até 1765.






PS: Igreja da Nossa Senhora do Rosário foi excluída por não se tratar de uma igreja em arquitetura barroca.
Todas as fotos foram tiradas por nós.


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