Na Bahia, a religiosidade é um assunto que abrange diversos acontecimentos históricos. Como a maior parte da população baiana tem em sua origem raízes africanas, muita parte da cultura local foi trazida de lá. A religião no início do surgimento da Bahia era predominantemente católica, pelos catequização dos índios e escravos africanos realizada pelos brancos europeus. Como na época qualquer outra religião era proibida, as manifestações religiosas não católicas eram feitas em segredo, porém com o passar do tempo, a liberdade fez essa situação mudasse. Como visto em nosso passeio a Salvador, podemos observar que a religião na Bahia passou a ser diversa, com igrejas cristãs e terreiros de candomblé. A seguir, uma breve apresentação dos locais religiosos que visitamos e sua história em relação a religiosidade baiana.
IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Os primeiros discípulos de São Francisco de Assis chegaram a Salvador no ano de 1587, ano em que, provavelmente, foi fundado o primeiro convento. Algumas décadas depois, quando houve a invasão holandesa de 1624, tanto a igreja quanto as dependências dos frades ficaram em escombros, e foi necessário empreender a reconstrução do complexo.
E, com o crescimento da ordem, no ano de 1686, o superior franciscano, Frei Vicente das Chagas, promoveu os trabalhos que não somente eram de ampliação, mas praticamente de construção de um novo convento e de uma nova igreja, que deveriam ter dimensões bem maiores do que as anteriores. Assim, na festa de Santo Antônio daquele ano, foi colocada a pedra fundamental da nova igreja.
O interior da Igreja é de uma beleza rara, todo em uma deslumbrante talha dourada e imagens policromadas de mestres santeiros baianos, obras primas da arte sacra. Tem bastante jacarandá esculpido e duas pias de pedra, doadas por D. João V, rei de Portugal. Também de grande beleza são os púlpitos e o teto, com várias pinturas sacras. Os grandes painéis de azulejos são do século 18 e retratam passagens bíblicas,
ainda de grande valor artístico, são as imagens de São Pedro de Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco de Assis no altar-mor. No lado esquerdo, destacam-se as imagens de N. S. da Conceição, N. S. da Glória, N. S. da Piedade, N. S. de Santana, Santa Luzia e São Domingos.
BASÍLICA DA NOSSA SENHORA DO BONFIM
A igreja Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador, foi construída entre 1746 e 1754, para abrigar a imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim, trazida de Lisboa, em 1745. Em 1927, o papa Pio XI elevou o templo à dignidade de Basílica.
A arquitetura é em estilo neoclássico e fachada em rococó. Segue o modelo das igrejas portuguesas dos séculos 18 e 19, com belos afrescos e azulejaria.
O Senhor do Bonfim é um ícone da fé baiana. A igreja atrai muitos devotos, turistas e peregrinos. As famosas fitinhas do Senhor do Bonfim são confeccionadas desde o início do século 19 e têm a medida do comprimento do braço direito até o peito da imagem do Senhor do Bonfim.
A tradicional Festa do Bonfim é celebrada desde o século 18, em janeiro. O dia do padroeiro ocorre no segundo domingo, depois da Festa da Epifania do Senhor.
A Lavagem (das escadarias da Igreja) do Bonfim é a mais importante festa religiosa da Bahia. Inicia-se com o cortejo de baianas que caminham desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o alto do Bonfim, carregando água de cheiro. O percurso é de oito quilômetros de festa e termina ao som de trios elétricos.
ainda de grande valor artístico, são as imagens de São Pedro de Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco de Assis no altar-mor. No lado esquerdo, destacam-se as imagens de N. S. da Conceição, N. S. da Glória, N. S. da Piedade, N. S. de Santana, Santa Luzia e São Domingos.
IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, mais conhecida como Igreja do Rosário dos Pretos, foi fundada em 1685, por uma das primeiras irmandades dos homens pretos do Brasil. A atual Igreja do Pelourinho começou a ser construída em 1704 pela própria Irmandade, pelos próprios irmãos negros, incluindo escravos. Os africanos capturados e comercializados como escravos eram de regiões diferentes da África, porém, foram sendo agrupados juntos nas senzalas. 
Essa convivência acabou gerando uma mistura de povos e costumes. Os diferentes povos trazidos para o país tinham as suas próprias danças, festas e santos. A religião do Brasil era a católica, logo os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo.
Foram essas práticas religiosas dos africanos que para cá vieram que deram origem para religiões como a Umbanda e o Candomblé. Com isso, vemos como o sincretismo religioso influenciou na criação de novas religiões, assim como influenciou na construção de igrejas feitas por escravos, para escravos, que buscavam representar os santos com características que representavam os negros e suas crenças originais.
Essa convivência acabou gerando uma mistura de povos e costumes. Os diferentes povos trazidos para o país tinham as suas próprias danças, festas e santos. A religião do Brasil era a católica, logo os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo.
Foram essas práticas religiosas dos africanos que para cá vieram que deram origem para religiões como a Umbanda e o Candomblé. Com isso, vemos como o sincretismo religioso influenciou na criação de novas religiões, assim como influenciou na construção de igrejas feitas por escravos, para escravos, que buscavam representar os santos com características que representavam os negros e suas crenças originais.
ILÉ AXÉ OPÓ AFONJÁ
O candomblé, resultado de trocas e adaptação entre diversas religiões de diferentes nações africanas trazidas para o Brasil durante o regime escravocrata, é um culto afro-brasileiro, nascido das conformações históricas e sociais de nosso País. Os terreiros, além de sagrados, são espaços de resistência cultural, preservação da memória e de transmissão de saberes ancestrais.
O Ilê Axé Opô Afonjá foi o segundo templo de culto afro-brasileiro a ser reconhecido como patrimônio nacional, ou seja, de grande importância para a história e memória do Brasil. O instrumento utilizado neste ato de reconhecimento, o tombamento, além de garantir a sua continuação no local em que está estabelecido há décadas, institui que as construções não podem ser demolidas, atribui valor simbólico e inclui o terreiro no rol do que é considerado patrimônio e que deve ser preservado para as próximas gerações. Além disso, possibilita a realização de intervenções para garantir sua integridade utilizando recursos públicos. No caso dos terreiros, a preservação ultrapassa a materialidade — de suma importância —, pois permite que rituais e celebrações sejam realizados e perpetuados.
Como uma dissidência do Terreiro da Casa Branca, o Ilê Axé Opô Afonjá foi fundado em 1910 por Eugenia Anna dos Santos, conhecida como Mãe Aninha, que adquiriu uma fazenda em São Gonçalo do Retiro, município de Salvador, Bahia, local onde o terreiro está estabelecido até o dias de hoje. Para manter o trabalho do Axé e representá-lo civilmente, em 1936 foi criada a Sociedade Civil da Cruz Santa, que já teve o artista Carybé como presidente. Após a morte de Mãe Aninha, em 1938, o Terreiro foi liderado por Mãe Senhora, em seguida por Mãe Ondina e, desde 1976, é comandado por Mãe Stella de Oxóssi.
Dedicado a Xangô, o candomblé de São Gonçalo, como também é conhecido, é de rito Ketu, de nação Nagô, ao seja, descendente do povo Iorubá, oriundo da região onde hoje são Nigéria, Benin e Togo. Ocupa uma área de 39.000 m2, onde há uma grande extensão de vegetação densa preservada, cerca de 2/3 do total, considerado o único espaço verde dos arredores. A importância da mata, ou “mato”, para a existência do terreiro e dos cultos, reside no fato de que a natureza é entendida como o espaço onde o sagrado se manifesta. De lá também são retiradas as plantas essenciais para os rituais. O restante do terreno é ocupado seguindo a ordenação característica dos terreiros jejê-nagô com edificações de uso habitacional – residências temporárias e permanentes — e religioso — dentre eles o barracão, o templo principal, a Casa de Xangô, templos individuais para determinados orixás e a fonte de Oxum.
O Ilê Axé Opô Afonjá destaca-se por abrigar a Escola Eugênia Anna dos Santos, municipalizada em 1998, onde é ensinado o Iorubá e História da África. o Museu Ilê Ohum Ilailai, fundado em 1981; e a Biblioteca Ikojppo Ilê Iwe Axé Opô Afonjá, fundada em 1996. Portanto, além do ambiente religioso em si, mantém outros espaços de formação, preservação e difusão da memória daquela comunidade e da história dos africanos no Brasil.
As atividades realizadas pelo terreiro são divididas em momentos privados e públicos. De acordo com Mãe Stella de Oxóssi citada por Santos: "o objetivo do candomblé é a adoração aos Orixás, não só na natureza e em seus templos, como também pela vinda do Orixá à terra, manifestado em seus filhos — o filho de santo —, pessoa que passa por um período de iniciação de sete anos, bastante complexa."
Reconhecido por seu valor histórico, etnográfico, cultural e social, o Ilê Axé Opô Afonjá contribui para a perpetuação da cultura afro-brasileira e forma, juntamente com os terreiros da Casa Branca e do Gantois, as casas matrizes do candomblé de tradição Nagô.














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