4. Resistência


O censo de 2015 do IBGE mostra que Salvador tem quase 3 milhões de habitantes. E, de acordo com um recente estudo de várias universidades brasileiras, a capital baiana tem a maior ancestralidade africana, a partir de estudos genéticos: 50,8%, sendo considerada a cidade mais negra fora do continente africano. sendo ela a cidade com mais negros fora da África, a resistência negra é grande e presente na história dessa cidade. 
Um exemplo de resistência negra são os terreiros, como o que visitamos, o terreiro Ilé Axé Opo Afonjá, fundado por Eugênia Anna dos Santos Oba Biyi, negra nascida no Brasil, que lutou durante a sua vida pelo direito de exercer sua religião sem precisar fazer sincretismo com o catolicismo,influenciou Getúlio, na promulgação do decreto-lei 1.202, no qual ficava proibido o embargo sobre o exercício da religião do candomblé no Brasil.  






https://drive.google.com/open?id=18JhG5NQ3NlaFAd-UOSqQDUt48udrm_5Y  







Conflitos na Salvador colonial:

A- Revolta dos Males 
A revolta dos malês ocorreu durante a noite de 24 para 25 de fevereiro de 1835, em Salvador, na Bahia, em que o principal motivo foi de motivação religiosa. Os escravos de origem islâmica (os chamados malês) tinham como objetivo a libertação de todos os escravos islâmicos, a liberdade de culto (onde eram em sua maioria, das etnias hauçá, igbomina e picapó).

Os revoltosos queriam o fim do catolicismo, o assassinato e o confisco de todos os bens e terras dos brancos e mestiços e desejavam a implantação de uma monarquia islâmica - também defendendo o assassinato e a escravização de todos os não islâmicos-.
O plano de revolução dos malês era sair do bairro de Vitoria e ir até Itapagipe, matando todos os brancos e os não islâmicos no caminho até lá, com o objetivo de se reunir com os outros revoltosos e tomar o governo. Também planejavam a tomada de "direitos" de superioridade que os malês exigiam devido a sua religião.
O movimento foi delatado prontamente por alguém cuja identidade as pesqusias ainda não confirmaram. Essa delação foi feita a um Juiz de Paz de Salvador. Avisadas, as autoridades enviaram forças para sufocar a revolta. Os Revoltosos foram então cercados em Água dos Meninos, ainda no caminho para Itapagipe. As forças do governo eram superiores em número e armamento, o que fez com que os revoltosos não tivessem chances.

Porém, o movimento foi impedido e os revoltosos foram detidos pelas autoridades em Aguá dos Meninos (caminho para Itapagipe). Ocorreram então violentos confrontos e a morte de 70 escravos revoltosos e 7 soldados. Também foram feitos 200 presos, que foram julgados e condenados a penas variadas, como açoites, morte ou envio de volta à África. O objetivo era coibir qualquer nova iniciativa de revolta.
Na busca pelas motivações da revolta, foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas. Isto despertou nas autoridades o temor de que outras revoltas do tipo ocorressem em solo brasileiro, motivadas por islâmicos. Para prevenir-se desse perigo, foram criadas medidas como a proibição de circulação de muçulmanos no período da noite e da prática de cerimônias da religião islâmica.
A Revolta do Malês, portanto, se insere no contexto das revoltas sociais do Brasil Imperial, demonstrando a insatisfação do povo com a situação política e econômica e, no caso específico, a perseguição e falta de liberdade religiosa no Brasil durante o Império.

Curiosidade:

- O termo “malê” é de origem africana  (ioruba) e significa “o muçulmano”




B- Conjuração Baiana

 A Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi uma revolta social de caráter popular, que ocorreu na Bahia em 1798. Recebeu uma importante influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.


Causas principais 

- Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais, entre eles os alimentos. Além disso, muitas pessoas reclamavam da carência de determinados alimentos.
- Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana. 

Objetivos principais 

- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal.
- Defendiam a implantação da República.
- Queriam liberdade comercial no mercado interno e também no comércio exterior.
- Desejavam liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto, eram amplamente favoráveis à abolição dos privilégios sociais e da escravidão. 
- Reivindicavam aumento de salários para os soldados. 

Líderes da revolta 

- Um dos principais líderes foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata. 
- Outra importante liderança, que atuou muito na divulgação das ideias do movimento, foi o soldado Luís Gonzaga das Virgens. 
- Também tiveram grande participação no movimento: os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento. 

Quem participou 

- O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, alguns soldados, escravos e ex-escravos. 

A Revolta 

A revolta estava marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria. 

O governo baiano organizou as forças militares para acabar com o movimento, antes que a revolta ocorresse. Vários revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil, porém quatro foram executados na Praça da Piedade em Salvador.




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